O
Exército Brasileiro se prepara para receber mulheres combatentes. Uma
lei sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em agosto dá à Força prazo
de até cinco anos para se preparar para integrar alunas à EsPCEx
(Escola Preparatória de Cadetes do Exército), à Aman (Academia Militar
das Agulhas Negras, escola de oficiais), em Resende (RJ), e praças
profissionais à Escola de Sargentos das Armas (ESA), em Três Corações
(MG). Grupos de trabalho no Exército estão sendo formados para estudar
como se dará a entrada das mulheres combatentes na tropa.
Com a mudança, as mulheres poderão passar a entrar efetivamente em combate, portando fuzis, integrando patrulhas e missões reais de confronto e de Paz, como parte das sete Armas do Exército.
Poderão rastejar e combater a pé em qualquer terreno pela Infantaria,
embarcar em um carro de combate da Cavalaria no front, disparar um obus
da retaguarda na Artilharia, fazer contato ou guerra eletrônica com o
equipamento das Comunicações, reparar ou destruir pontes na Engenharia,
dar o apoio logístico do Material Bélico ou fazer o planejamento dos
suprimentos, na Intendência.
O Exército já tem mulheres, mas apenas no quadro complementar, em
áreas como Saúde (médicas, dentistas, enfermeiras, técnicas de
enfermagem e psicólogas, por exemplo) e em carreiras técnicas do IME
(Instituto Militar de Engenharia).
Com desempenho acadêmico destacado, a cadete do IME Clara Luz foi
enviada para estágio de um ano em West Point, academia militar dos
Estados Unidos. Ao lado de cadetes mulheres combatentes, ela também
ficou em primeiro lugar lá.
Embora haja mulheres combatentes em polícias militares pelo País
, no Exército o segmento feminino se restringe a 6.700 de seus 200 mil
integrantes, representando apenas 3,35% do total. Trata-se de uma
carreira, portanto, esmagadoramente masculina. Como comparação, o
Exército dos Estados Unidos, por exemplo, tem 14% de mulheres, o
quádruplo, proporcionalmente.